Programa de Cursos 2017 da SIM! Cultura

A elegância recomenda discrição. No último domingo, porém, uma tímida flor de orgulho nasceu. A oficina de Ma Zhenghong e Alejandro Gonzáles Puche encerrou o Programa de Cursos 2017 da Sim! Cultura. Pelo Estúdio SIM!, em Campinas, passaram cursos de criação (com Alice K e Maria Thais, além do colombiano e da chinesa já citados) e de produção (com Daniele Sampaio e Rômulo Avelar). O nível do debate foi alto não só porque havia professores inspirados e inspiradores, mas também porque houve turmas de alunos interessados e interessantes. A felicidade, assim, não poderia ter sido maior!

O encerramento do curso, no domingo, serve bem como alegoria desta nossa alegria! Os dois docentes estudaram no GITIS, o Instituto Estatal de Artes Teatrais, e trabalharam com Valiliev e Famenko. Em seus estudos, tomaram conhecimento de uma das tentativas inaugurais de Michael Chékhov em sistematizar a sua pedagogia para atores: o seu trabalho com atores do Teatro Estatal da Lituânia, em 1932. Depois, sua experiência ficou mundialmente famosa pelo seu trabalho nos Estados Unidos e, sobretudo, por livros como “Para o Ator” (o mais difundido, no Brasil). Acessando uma desconhecida publicação (mesmo na Rússia, já que, lembre-se, Chekhov foi considerado místico demais para padrões da URSS), os dois docentes traduziram o volume para o espanhol e para o chinês. Para isto, criaram um grupo de estudos que experienciou cada um dos exercícios antes da versão para outras línguas. Se não for forçar muito a imagem, podemos falar numa espécie de “análise ativa” da obra que viabilizou a tradução.

No Estúdio SIM! Alejandro e Ma compartilharam este saber (que já partilham até mesmo em território russo) e, ao final, ainda presentearam cada um dos alunos com o livro, em espanhol (este da foto): “16 lecciones y otros materiales”. O volume contém a descrição do trabalho de Chekhov na Lituânia e textos de Maria Knébel e Alejandro Gonzáles Puche.

Já seria muito orgulho poder dizer que, aqui, tivemos acesso a saberes aos quais dificilmente chegaríamos não fosse através das pessoas que cá estavam. Isto é muito. Mas não é tudo: também se criaram laços de afeto e desejo de projetos futuros. Talvez aí, a força do teatro: o encontro no aqui-agora semeando vontades de fazer mais por nós e pelo mundo!

A alegria, enfim, pode ser uma incrível plataforma de aprendizado! Viva!

Para saber mais sobre o que rolou, clique: http://www.simcultura.art.br/programadecursos/. Em breve, divulgaremos o programa 2018!